A Phytorestore, empresa francesa fundada por Thierry Jacquet em 2004, desenvolveu uma inovadora tecnologia chamada Jardim Filtrante para o tratamento de lodo. Utilizada em dois projetos na França, essa solução transforma o lodo em biomassa, garantindo 100% de reaproveitamento.

Funcionamento dos Jardins Filtrantes

Os Jardins Filtrantes utilizam plantas para decompor o lodo, transformando-o em biomassa de forma natural. Diferente das tradicionais estações de tratamento de concreto, essas instalações se tornam jardins ou parques, sem odor e sem atrair mosquitos, proporcionando um espaço agradável para a população.

Implementação no Brasil

A tecnologia dos Jardins Filtrantes chegou ao Brasil há 20 anos, trazida por um empresário paulista que se mantém anônimo e que tem a Phytorestore como sócia minoritária. Após anos de pesquisa e adaptação, utilizando cerca de 200 espécies vegetais nativas, a empresa começou a atuar no setor industrial. Empresas como Natura, Magazine Luiza, dsm-firmenich e L’Oréal utilizam os Jardins Filtrantes para tratar efluentes industriais e de escritórios, totalizando 20 projetos e cerca de R$ 100 milhões investidos.

Parcerias Municipais e Impactos

Mais recentemente, a Phytorestore iniciou parcerias com prefeituras para despoluição de corpos hídricos:

  • Niterói: Implementação da tecnologia na Lagoa de Piratininga, resultando na criação do Parque Orla de Piratininga;
  • Recife: O Jardim Filtrante despoluiu o Riacho do Cavouco, permitindo que suas águas desembocassem limpas no rio Capibaribe, em um projeto de R$ 8 milhões;
  • Belém: Instalação de um Jardim Filtrante;
  • Macapá: Anunciado na COP 28, um projeto de US$ 100 milhões para construir um parque ecológico que usará a tecnologia da Phytorestore para tratar o esgoto de 40 mil pessoas, cerca de 10% da população da cidade. O governo do Amapá está buscando financiamento de bancos de desenvolvimento internacionais para viabilizar o projeto.

Vantagens dos Jardins Filtrantes

  • Sustentabilidade: Transforma lodo em biomassa, eliminando a necessidade de incineração ou aterros sanitários;
  • Ambiente agradável: Instalações que se tornam espaços verdes utilizáveis pela população, sem odor ou insetos;
  • Eficiência: Adequação de espécies nativas para maximizar o tratamento de efluentes.

Futuro da Phytorestore no Brasil

Cristiane Schwanka, nova CEO da Phytorestore Brasil, busca duplicar os negócios em cinco anos, expandindo a implementação de soluções sustentáveis no país. Com experiência no “saneamento cinza” em empresas como Copasa, Sanepar e Iguá, Cristiane está determinada a promover a transformação no setor de saneamento brasileiro por meio de tecnologias verdes.

Fonte: O GLOBO (2023).